segunda-feira, 15 de junho de 2009

COMPARAÇÃO ENTRE EDIFICAÇÕES...

CASA DE ARGEMIRO HUNGRIA MACHADO - LÚCIO COSTA

A Casa de Argemiro Hungria Machado, de Lúcio Costa, localiza-se no Rio de Janeiro e é datada de 1942. É uma construção típica da Arquitetura Moderna. A partir da análise do texto de Robert Venturi – Complexidade e Contradição em Arquitetura (1966) – mais especificamente o capítulo referente “o interior e o exterior”, percebe-se que esta casa apresenta uma continuidade do interior e exterior principalmente devido à planta livre e o espaço fluente.

Fachada da casa Hungria Machado, Lúcio Costa, 1942

Mas, embora a Arquitetura Moderna tenha contribuído com esta característica (continuidade), como ressalta Venturi, a busca do passado das tradições é crucial para a manifestação da contradição em arquitetura (mesmo percebendo uma pequena “evocação nostálgica do passado” com a utilização dos muxarabis). Diante disso, observa-se que o exterior encontra-se ligado ao interior por uma varanda que está aberta para um pátio central e direcionando para um grande jardim e, no andar superior, ainda percebem-se os jardins de inverno. Esta é a principal ligação observada entre "o interior e o exterior" percebida.

Destaque para o muxarabi

Vale ressaltar que nesta edificação Lucio Costa segue preceitos estabelecidos da arquitetura moderna e, como destaca Venturi “o moderno só conhece a ordem como forma de repetição da ordem”. Ou seja, seria mais simples se a ordem pudesse se adaptar, podendo haver uma justificação a partir dos elementos inseridos, e, devido a isso, a edificação se apresenta em escala proporcional e sem muitas surpresas. Diante disso, a divisão espacial interna não apresenta complexidade, nem ambigüidade, os elementos compositivos se repetem em toda a extensão, principalmente na fachada, obedecendo a todo um conceito estabelecido.
Planta baixa - Pavimento térreo

Planta baixa - Pavimento superior

O espaço interior contraditório não admite o requisito da arquitetura moderna de uma unidade e continuidade de todos os espaços”. Com esta máxima retirada do texto de Venturi identifica-se que, mesmo com esta busca pela continuidade, ainda de destaca a grande simetria na construção, tanto pela divisão dos espaços quanto pela simetria das aberturas na fachada principal e, conseqüentemente, as percepções no espaço, como um todo, não se alteram e não se contradizem.

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